domingo, 30 de outubro de 2011

Algumas considerações sobre sintaxe

Gersely Sales


O trabalho das autoras citadas abaixo, explana uma análise da ordem das sentenças sob a perspectiva formalista (gerativista) e funcionalista. A Gramática descreve sob regras, o modo como as palavras são combinadas nas sentenças dos textos, por exemplo. As abordagens formalista e funcionalista, explicam a possibilidade de pospor ou antepor o sujeito e o complemento numa dada sentença.
Na teoria gerativista, a língua é vista como parte da natureza biológica do ser humano e inata ao mesmo, cuja morada é a sua mente, por isso a abordagem gerativa leva em conta a competência do falante ao organizar estruturalmente os constituintes básicos da sentença; e se porventura a hierarquia de estruturação vier a se desviar, iremos considerá-la uma sentença agramatical.
É na GU (Gramática Universal) em que se destaca o Modelo de Princípios e Parâmetros da teoria chomskyana, cuja ênfase está na sintaxe observando as estruturas sintáticas e suas semelhanças com as outras línguas, utilizando recursos notacionais por representação arbórea e a mudança sintática pela teoria da aquisição.
Segundo essa perspectiva, é no sintagma verbal (SV), mais aprofundamente sintagma flexional (SF), em que se estabelecem as relações entre verbo e os sintagmas nominais (SN) que também podem especificar o (SF) e não só o (SV). Podemos ver assim, que nem sempre a ordem sujeito-verbo-objeto (SVO) é a mais preferida, no português arcaico, por exemplo, há o predomínio do (VSO) e (OVS), por mais que saibamos que o sujeito-verbo-constituinte (SVX) ainda é o mais utilizado.
As possibilidades de estruturação sintática em qualquer língua refletem características semânticas e lógicas, numa relação entre juízos lógicos (tético e categórico) e estrutura sintática. Sendo o juízo tético (simples), o reconhecimento de um evento com seus participantes e o juízo categórico (duplo) uma entidade associado ao predicado.
Na teoria funcionalista, a estrutura é determinada pela função que exerce considerando o contexto e a motivação. Contrapondo-se à análise gerativista, a funcionalista assume a possibilidade de ordenação das sentenças, sem nenhuma hierarquia básica de estruturação, mas com a coexistência de várias construções.
Essa variação explica-se pelas diferentes funções comunicativas que exercem e não apenas como um fenômeno estilístico (enfático). A ordenação dos constituintes das sentenças vai depender do falante e do ouvinte, para provocar alguma mudança nesse conjunto de informações. Dentre os princípios que interagem para ordenar as sentenças destacam-se: a preferência dos constituintes, a tendência que em certas posições estruturais sempre ocorram as mesmas categorias gramaticais, e a tendência da organização frasal da esquerda para a direita de acordo com o grau de complexidade; unindo-as, formam um esquema geral de ordenação. Enfatizando que a análise da língua nesta perspectiva, é o uso, e ele molda a estruturação, que só existe para cumprir funções comunicativas.
Sendo assim, foram explanadas as características da estruturação sintática/formal em cada sistema lingüístico sob a perspectiva formalista/gerativista, compondo uma gramática particular utilizando como base a GU e através do modelo da Gramática Funcional de Dik, mostradas como a abordagem funcionalista vê a linguagem e seu estudo sintático.




Sintaxe (p. 214-239). Sexto capítulo.
MUSSALIM, Fernanda e BENTES, Anna Christina (orgs.). Introdução à linguística: domínio e fronteiras, v. 1 – São Paulo: Cortez, 2001.

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