sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PANORAMA DO PENSAMENTO PEDAGÓGICO

Gersely Sales


Considerando as formas pedagógicas de alguns pensadores como Comênio, Montaigne, Fenelon, Pestalozzi, Herbart, Dewey, Gramsci, Makarenko, Montessori e Alexandre Neill com suas didáticas, vale apresentar seus contextos históricos e evolução do pensamento ao decorrer dos anos.
Comenius propôs um sistema de ensino articulado, ao qual reconhecia que todos deviam ter acesso ter acesso ao conhecimento, objetivando que os homens fossem cristãos, próximos de Deus, virtuosos e com fé. Sua obra é considerada um paradigma do saber que enfatiza a educação na infância e juventude através da escola. O rigor da escola e a vida órfã de Comênio incentivaram na didática revolucionária para o século XVII.
Michel Eyquem de Montaigne não tem um sistema, é um pensador ético, fazendo indagações sobre o que é correto e incorreto na conduta humana. Abrange diversos assuntos, desde a vida humana cotidiana até a relação do cristianismo e às lutas de religião na França, assim como a destruição das novas índias pelos espanhóis (séc. XVI).
François de Salignac de La Mothe, Duque de Fénelon, dedica-se a escrever o livro De L’education dês filles, destinado a duquesa de Beauviller para orientar na educação de suas filhas. Esse livro obteve grande repercussão e foi alvo de grandes estudos, pela forma simplória e doce. Influenciado pela Igreja Católica e pela Reforma Protestante, escreveu ainda fábulas e outros textos destinados à educação.
Johann Heinrich Pestalozzi conheceu de perto o preconceito e teve que vencê-los. Na invasão francesa da Suíça (1789) reconheceu-se o seu caráter herói com as crianças abandonadas, pois as reuniu num convento abandonado, alimentando-as e educando-as. De forma didática, concentrou seus pensamentos num livro intitulado “Como Gertrudes ensina suas crianças”, dentre outros livros. Criou a teoria dos três estados de desenvolvimento moral (estado natural, social e moral).
Os estudos mais importantes de Johann Friedrich Herbart foram ao campo da filosofia da mente, à qual subordinou suas obras pedagógicas. O filósofo alemão do século XIX inaugurou a análise sistemática da educação e mostrou a importância da psicologia na teorização do ensino. Fundou a pedagogia como disciplina acadêmica e estudou a filosofia do espírito.
John Dewey, a princípio com uma visão neo-hegeliana, adotou um pragmatismo. Para ele era importante a educação não se restringir ao ensino do conhecimento que se acaba, mas um conhecimento contínuo. Suas ideias de educação progressiva foram perseguidas no período da Guerra Fria, quando se preocupavam em uma elite intelectual.
Antonio Gramsci atravessou o pensamento comunista capitalista, indo além dos interesses econômicos e a repressão fascista do século XX. Prezou a capacidade de todos trabalharem o intelectual, sendo o responsável pelo surgimento de uma sociologia crítica da cultura no meio acadêmico e dos partidos políticos, neutralizando as diferenças sociais, fomentando a criatividade, autodisciplina e autonomia.
Anton Makarenko vivenciou a Iª Guerra Mundial e a Revolução Russa, reivindicando a miséria e desigualdade. Colocou em prática uma pedagogia revolucionária no século XX, onde os jovens seguiam regras disciplinares e opinavam em respeitar às regras podendo fazer votação para elegê-las.
Montessori harmonizava a interação de forças corporais e espirituais (método/pedagogia), estudava a individualidade, liberdade e atividade. Inseriu-se no movimento das Escolas Novas, opondo-se ao modelo tradicional.
Alexander Stherland Neill acreditava que a felicidade é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Influenciado pelo pós Iª Guerra Mundial, também se opõe ao modelo tradicional de ensino, pois acredita que a criança se priva da liberdade se estiver incluso neste modelo. Defendia um modelo de ensino, onde na fundação Summerhill utilizava suas propostas distintas da hegemonia da época, estimulando os jovens a aprender em um ambiente de liberdade e responsabilidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário